terça-feira, novembro 06, 2007

NOÇÕES BÁSICAS DE HIPERTEXTO



Os estudos sobre os processos de comunicação na era dos meios eletrônicos percorrem o inevitável caminho de construir e desconstruir conceitos. As categorias conceituais que compõem o universo da chamada comunicação contemporânea não têm características rígidas e guardam entre si uma estreita relação. Noções como interface, interatividade, hipertexto, hipermídia, virtual, ciberespaço, cibercultura e outras, parecem indicar não apenas uma redefinição do papel dos meios de comunicação no contexto histórico e cultural da humanidade, mas um novo direcionamento das relações do homem com tudo que cria, da palavra como ordenação do pensamento ao moderno e sofisticado computador. Se a hipertextualidade não é uma "invenção" moderna já que encontram-se alguns registros históricos dessa estrutura narrativa em obras na Ciência, na literatura e na Filosofia, ela ganha impulso com o avanço da crescente ação dialógica entre o homem e a técnica. Tomando a concepção de hipertextualidade como ponto de convergência de outros conceitos, constatamos que ela revela os limites e por isso mesmo, a falência do discurso tradicionalmente lógico, acabado, fechado em si. As infinitas possibilidades de conexões entre trechos de textos e textos inteiros favorecem a flexibilização das fronteiras entre diferentes áreas do conhecimento humano.
2. Conceituando Hipertexto.
• Segundo Landow (1992), o hipertexto põe em cheque: sequências fixadas, começo e fim definidos, uma estória de certa magnitude definida e a concepção de unidade e todo associada a todos esses conceitos. Na narrativa hipertextual , o autor oferece múltiplas possibilidades através das quais os próprios leitores constroem sucessões temporais e escolhem personagens, realizando saltos com base em informações referenciais.
• Segundo Heim(1993), o hipertexto é um modo de interagir com textos e não só uma ferramenta como os processadores de textos. Por sua característica, o usuário interliga informações intuitivamente, associativamente. Através de saltos - que marcam o movimento do hipertexto - o leitor assume um papel ativo, sendo ao mesmo tempo co-autor.
Para Ted Nelson, o hipertexto possibilita novas formas de ler e escrever, um estilo não linear e associativo, onde a noção de texto primeiro, segundo, original e referência cai por terra. Poderiamos adotar como noção de hipertexto assim , o conjunto de informações textuais, podendo estar combinadas com imagens (animadas ou fixas) e sons, organizadas de forma a permitir uma leitura ( ou navegação) não linear, baseada em indexações e associações de idéias e conceitos, sob a forma de links. Os links agem como portas virtuais que abrem caminhos para outras informações.
Para Lévy (1993) o hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. O hipertexto é um comjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos , sequências sonoras, documentos complexos que podem eles mesmos ser hipertexto.

Heim,M.The Metaphysies of Virtual Reality.Oxford Press,1993 cap.3
Landow, G. P. ; Hypertext. The Convergence of Comtemporay Critical theory and Tecnology; The John Hopkins Universty Press, Baltimore and London, 1992.
Lévy,P. Hyperscène; in Les Cahiers de Médiologie, 1,La Querelle du Spectacle,Paris, Gallimard,1996.
Lévy,P. As Tecnologias da Inteligência.Rio de Janeiro Editora 34, 1993.

http://www.facom.ufba.br/hipertexto/nbasicas.html

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